quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ELETRIC&TOXIC BERLIM


Enquanto estive em Berlim tentei escrever algo sobre ela, mas confesso que não consegui. O furor da cidade me tragou por inteira; não parei um minuto. Me senti mais convidada a realizar as inúmeras atividades do que aos momentos de calma e reflexão comigo mesma.
A capital da Alemanha é muito dinâmica. Foi bastante destruída na Segunda Guerra, mas se reconstruiu, atualizando-se as demandas dos novos tempos. Sua arquitetura é uma miscelânea das referências do clássico, do moderno, do contemporâneo. Imagens de grafite cobrem as fachadas das construções.
Os jovens são numerosos e estão por todos os lados. Alternativos, provocativos, excêntricos. Tatuagens, dreads, piercings, compõem também a linguagem do lugar. A singularidade é valorizada.
Para quem busca cultura e arte não faltam opções. Museus, galerias, ateliês independentes e casas de apresentações se multiplicam.
A Neue Nationalgalerie é um espetáculo arquitetônico, uma obra prima de Ludwig Mies van der Rohe. Construída em aço e vidro, apoiada numa plataforma elevada, lembra um tempo budista pós-moderno. O museu apresenta pinturas e esculturas de artistas europeus do século XX até 1960.
A Bauhaus - uma das maiores expressões do movimento Modernista - surgiu na Alemanha, e foi uma escola de vanguarda nas áreas da arquitetura, do design, das artes plásticas, da fotografia. Visitar o seu museu é uma experiência e tanto.
Uma exposição de arte contemporânea acontece dentro de um bunker nazista construído na Friedrichstrasse, que após a guerra virou presídio comunista, depois estoque de frutas tropicais, e mais tarde balada techno e espaço de libertinagem.
Come-se bem e por um preço normalmente mais justo do que nas outras capitais européias. A cidade oferece culinária do mundo todo. Aos que curtem o tempero oriental, sugiro que visitem o restaurante vietnamita Monsieur Voung. Ambiente conceitual, preços pouco salgados para  drinks e pratos deliciosos que mudam sempre!
Um grande prazer é viver momentos de descontração em um dos tantos cafés e bares que vão do estilo descolado ao mais sofisticado. Porcelanas alemãs, flores na mesa e luzes de velas inspiram romantismo, também.
A cena noturna é surreal (com forte tendência underground) e é considerada por muitos a especialidade de Berlim. Libertina em seus costumes, a noite dança ao som da vanguarda musical mundial. Eu, pessoalmente, ouvi um Dj tocar Elis Regina com fundo eletrônico minimal.  Me emocionei.
É um pouco difícil entrar em algumas baladas, que possuem porteiros que selecionam as pessoas que entram e barram as que eles dizem não possuírem os critérios para tal.
A Berghain/Panorama Bar possuiu, até 2010, o título da melhor balada do mundo. Fica em uma ex-usina de eletricidade e é um espaço hedonista. O sistema  de som é fantástico e recebe os grandes nomes da música eletrônica.
Fiquei onze dias na cidade, durante o inverno, e parti com gosto de quero muito mais. Se tenho algo a dizer para a cidade de Berlim, é: you are toxic!

Escrito por -Taoana-
Fotos clicadas por -Taoana-
Referências - Berlim: Guia da cidade/ Lonely Planet


                                   Arquitetura


                 Loja de bijouterias excêntricas


              Instalação de arte contemporânea


                  Museu de Arte Contemporânea


Porta na entrada de antigo bunker nazista que virou museu


                     Restaurante Monsieur Vuong

Um comentário:

  1. Taona, adorei o blog, tuas palavras e tuas percepçoes da cidade. Tambem amo Berlin!
    E a diferença da seleçao do pessoal do porteiro barbudo tatuado do Panorama é totalmente diferente de outras seleçoes como NY, por exemplo. NY vao te barrar se vc estiver mal vestido, no Panomara se vc nao tiver estilo proprio! Se for mto arrumadinha ou mto playboy vai ser barrado.
    A cidade é incrivel mesmo, principalmente a parte oriental, que eh a mais livre e artistica hoje em dia. Acho que eles foram tao reprimidos durante a guerra fria que hoje em dia tem horror a qualquer tipo de repressão e cultuam tanto a liberdade: de ir e vir, de se expressar, de transgredir o óbvio.
    Beijos Mayara

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